Para a gestão eficiente de controles internos é necessário percorrer muitos caminhos. Entre eles, não deve ser ignorado, o desenvolvimento integrado da Governança, Risco e Conformidade (GRC) dentro das corporações. Para o CFO, resta o desafio de trabalhar com esse conceito a fim de manter a estabilidade da operação, o uso das melhores práticas e proteger os ativos da companhia.
Esse conjunto, permite que a empresa tenha visão integrada entre política de informações, riscos da companhia e a conformidade, o que contribui para o uso das melhores práticas e também pode impactar de maneira positiva nos resultados das empresas como todo. A utilização desse conjunto está em pauta nas organizações, mas a integração e os resultados na maioria nas companhias é novidade, pois o conceito tem por volta de cinco anos.
Os controles internos alinhados a política de governança e a gestão de risco são importantes até no próprio desenvolvimento da empresa no mercado.“No caso de um processo de fusão de empresas, por exemplo, não adianta só uma boa governança, se não existem controles internos maduros. Há necessidade de trabalhar o GRC, isso não está integrado nas empresas”, explica o coordenador do curso de pós-gradução em GRC da Faap e diretor da PricewaterhouseCoopers, Antônio Gesteira.
Segundo ele, 70% das médias e grandes empresas ao redor do globo pretendem adquirir soluções para automatizar a gestão e o monitoramento do compliance. “Cerca de 40% das empresas ainda utilizam sistemas manuais e buscam automatização com ERP e ferramentas que visam a monitorar transações”.
Muito além do ERP
Quando se fala em gestão, a maioria das empresas utiliza sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP), mas apenas isso não garante a administração de seus controles. “Ele mapeia os processos da empresa, identifica os usuários chaves. Mas existe a preocupação com controles mais granulados e, isso, os softwares de ERP não têm”, explicou Gesteira.
As ferramentas de Business Inteligence (BI) aliadas ao ERP garantem qualidade na extração de informações, mas isso também passa por gerenciamento de risco e controles corporativos. Porém, não adianta investir em sistemas que muitas vezes não atendam à necessidade real das companhias. “Há empresas que implementam um determinado sistema que resultam em relatórios de boa qualidade, mas elas não precisam daquela informação”, contou.
Assim, esse sistema de gestão é apenas o começo de um processo. Depois é preciso implementar outras ferramentas para garantir a geração de indicadores e trabalhar a gestão de forma mais completa e com visão mais integrada. As grandes fornecedoras de sistemas de ERP já estão trabalhando no desenvolvimento de tecnologias que juntas com o ERP atenda as boas práticas do GRC.