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Audiência na Câmara discute a economia do cuidado

O trabalho de cuidado – com a casa, os filhos, idosos e doentes – é essencial, não é remunerado e recai principalmente sobre mulheres

A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados debate na quarta-feira (22) a chamada economia do cuidado, assim conhecido o trabalho, geralmente não remunerado e exercido por mulheres, que inclui atividades como limpar a casa, fazer comida, lavar roupa, cuidar dos filhos, dos idosos e dos doentes da família.

A audiência será realizada a partir das 14 horas, no plenário 3, e poderá ser acompanhada pelo canal da Câmara dos Deputados no YouTube.

O debate foi proposto pela deputada Talíria Petrone (Psol-RJ). "O cuidado tem cara, sexo, cor e idade. Quem cuida, em geral, são mulheres, e majoritariamente negras. São elas que predominam seja no cuidado remunerado, seja no cuidado não remunerado, aquele que faz parte das obrigações familiares", afirma a deputada.

Números desiguais

Em 2022, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as mulheres dedicavam, em média, 21,3 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidado de pessoas. Já os homens dispensavam 11,7 horas.

As mulheres também passavam mais tempo cuidando de moradores da mesma casa ou de parentes (34,9%) do que os homens (23,3%).

Se esse trabalho não remunerado fosse contabilizado, acrescentaria 13% ao PIB brasileiro, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Talíria lembra que a pandemia de Covid-19 aumentou a demanda por cuidados e colocou em evidência a sua fragilidade e invisibilidade.

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