Boas práticas para inclusão de pessoas com deficiência auditiva nas empresas

A inclusão é um dos pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa. Neste sentido, as empresas e o mercado de trabalho são importantes atores nesse processo de dar oportunidades a todos os grupos sociais, incluindo aqueles que utilizam a Língua de Sinais. A acessibilidade linguística é um direito fundamental e a incorporação de pessoas com deficiência auditiva no ambiente profissional gera muitos benefícios, sejam eles sociais ou econômicos.

De acordo com Paula Batich, coordenadora do curso pós-graduação em ESG – Environmental, Social and Governance do Senac Jabaquara, no mundo corporativo atual, observa-se uma crescente adoção de estratégias e políticas voltadas para a inclusão de pessoas que utilizam a Língua Brasileira de Sinais e outras formas de comunicação não verbal. “Isso está relacionado com as práticas de recrutamento inclusivo, treinamento em língua de sinais para funcionários, adaptações de infraestrutura no local de trabalho, inclusão de libras nas comunicações dos eventos, políticas de não discriminação, programas de conscientização e comunicação acessível”, afirma Paula.

A docente ainda explica que essas iniciativas são fundamentais e refletem um compromisso crescente das empresas em criar ambientes de trabalho mais inclusivos e garantir igualdade de oportunidades para todos os funcionários, independentemente de sua capacidade auditiva. “Além dessas ações, é importante investir em conscientização e educação para todos os funcionários, promover uma cultura inclusiva e avaliar regularmente o impacto das iniciativas. Isso inclui a coleta de feedback de funcionários surdos e da equipe em geral, bem como a adaptação das políticas para atender às necessidades individuais”, afirma Paula.

Benefícios também econômicos

A inclusão de pessoas com deficiência auditiva também pode ter um impacto direto nos resultados financeiros das empresas. Ao atender às necessidades desse grupo, as empresas podem ganhar o reconhecimento de um mercado consumidor significativo. Além disso, a diversidade é reconhecidamente uma fonte de inovação e criatividade. Por conta disso, quando as empresas promovem a inclusão de pessoas que usam a Língua de Sinais, estão trazendo perspectivas únicas para o ambiente de trabalho, que podem levar, por consequência, a soluções mais criativas e eficazes, impulsionando a competitividade e a capacidade de adaptação da empresa no mercado.

Para que se alcancem todos esses objetivos e garantir a promoção da inclusão na sociedade de modo geral e no mundo do trabalho, no entanto, é preciso que haja preparação. Para implementar políticas de inclusão eficazes para pessoas que utilizam a língua de sinais, por exemplo, é fundamental começar com o comprometimento da liderança e criar políticas claras que abordam questões como recrutamento inclusivo, acomodações no local de trabalho e comunicação acessível.

“É fundamental que as empresas adotem práticas inclusivas, criando ambientes de trabalho onde todos tenham a oportunidade de prosperar e contribuir para o sucesso coletivo. A inclusão não é apenas um dever moral, mas também uma estratégia importante na agenda de sustentabilidade da organização”, comenta Paula.

Confira abaixo as principais boas práticas para inclusão social nas empresas:

– Desenvolver políticas de inclusão claras e procedimentos que promovam a igualdade de oportunidades para todos os funcionários, independentemente de sua capacidade auditiva;

– Promover uma cultura inclusiva, por meio de ações de educativas;

– Alocar recursos financeiros e logísticos para implementação de adequação de infraestrutura e tecnologias que tornem o local de trabalho acessível;

– Comunicação eficaz: É necessário garantir que exista uma comunicação eficiente com as pessoas que utilizam a língua de sinais, o que pode incluir a contratação de intérpretes de língua de sinais, legendas em apresentações e vídeos, e o uso de tecnologia de comunicação;

– Direito: Garantir que a empresa esteja em conformidade com todas as leis e regulamentações relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência, incluindo aquelas que usam a língua de sinais.